Gn 24,1-67 – rodapé da Bíblia Ave Maria
O ciclo de Abraão se aproxima do seu final. Ao nascimento de Isaac e os ritos pertinente de dar-lhe o nome e circuncidá-lo (Gn 21,4) segue-se a viuvez do patriarca (Gn 23,1-20), mas é muito importante que antes de morrer fique acertado o matrimônio de Isaac, seu filho. Chama a atenção de maneira imediata a decisão de não misturar seu sangue com o dos habitantes de Canaã, condição que impõe a seu escravo sob um juramento muito solene (vv.3s). A exagerada extensão do relato nos dá ideia da forma como os orientais costumavam narrar seus acontecimentos. No fundo, este longo episódio tem duas ideias centrais que revelam o comportamento histórico do povo de Israel: Não tomar por esposas as nativas de Canaã (vv.3s.37s) e não regressar ao país de origem de Abraão (vv.7s). Daí a ênfase na promessa divina da terra (v.7). Este relato, do ponto de vista religioso, além de ser uma amostra do modo como se resolviam os matrimônios na Antiguidade, revela como, tecido surpreendente da história humana, a fé do povo reconhece que “Deus conduz”, “Deus abençoa”, “Deus faz ou fez prosperar”. O relato constitui, além do mais, uma peça-chave no cumprimento da promessa divina sobre a numerosa descendência e a posse de um território, o que se deixa ver nas palavras de Abraão.