Gn 14,1-17 – rodapé da Bíblia Ave Maria
chama a atenção o número de reis e de reinos em um território tão pequeno, como aquele em que se desenvolvem as cenas desta passagem. Não se trata de reinos em sentido estrito, mas, antes, de pequenas cidades – estado, cujo chefe era um régulo, boneco controlado pelo poder central do faraó egípcio. A estrutura da cidade – estado era réplica em miniatura da centralidade do poder e do domínio. Todos os grupos que deram origem a Israel viveram na carne a influência dessas unidades administrativas que iam esfoliando pouca a pouco os camponeses, os aldeões e os proprietários de terras e de gado. Abraão é denominado “o hebreu” [“peregrino”] (v. 13), o dá um toque de historicidade ao relato. Trata-se da recordação dos conflitos permanentes entre aldeões e camponeses com as autoridades representativas do império, protagonizadas especialmente por grupos que foram identificados como “hapiru” ou “habiru” e que posteriormente seriam a origem remota dos “hebreus”